ABSTRACT
Fundamentos: Pacientes em programas de exercício supervisionado apresentam uma melhoria proporcionalmente maior da capacidade funcional do que da condição aeróbica; contudo, as variáveis que determinam essa diferença não estão bem caracterizadas. Objetivo: Verificar se variações de flexibilidade e força/potência muscular contribuem para a diferença entre as melhorias funcional e aeróbica (DEMFA) resultantes da participação em PES. Métodos: Foram utilizados dados de 144 pacientes (96 homens) idade 62±12 anos (média±desvio-padrão) submetidos a testes de flexibilidade, força/potência muscular e cardiopulmonar de exercício máximo em ciclo ergômetro, após pelo menos três meses de PES. Os dados obtidos foram analisados e reportados em percentuais dos valores previstos para a idade, por fórmulas específicas. Resultados: Após uma média de 32 meses de PES, houve aumento da flexibilidade em 11,6% (p<0,01) e da potência muscular em 14,7% (p<0,01), ajustadas para a idade, com preservação da força de preensão manual (p=0,47).Houve uma relação inversa entre os resultados da primeira avaliação e a melhoria aeróbica (r=-0,28; p<0,01),mas não com a funcional (r=-0,09; p=0,27). Considerando os valores previstos para a idade, a condição aeróbica aumentou menos do que a capacidade funcional 21%vs. 25% (p<0,01) , resultando em um DEMFA médio de 4,1%. Apenas a melhoria na flexibilidade associou-se ao DEMFA (r=0,24; p<0,01).Conclusão: A participação em PES tende a gerar ganhos algo maiores da capacidade funcional do que da condição aeróbica. Parte dessa diferença pode ser explicada pela melhoria da flexibilidade corporal e provavelmente da eficiência mecânica, corroborando a importância de treinar essa última variável.